A Escala de Coma de Glasgow foi publicada pela primeira vez em 1974 e é até hoje um importante instrumento de avaliação neurológica em casos de Trauma cranioencefálico (TCE), servindo, inclusive, como parâmetro auxiliar para a decisão sobre necessidade de intervenções assistenciais como, por exemplo, a intubação em casos de pontuação menor que 9.
No ano de 2018 foi adicionada à avaliação o quesito Reatividade Pupilar, que confere maior valor prognóstico para a tomada de decisão e, hoje se tem a Escala de Coma de Glasgow com resposta pupilar (ECG-P).
Primeiro, deve-se avaliar fatores tais como Abertura Ocular; Resposta Verbal e Melhor Resposta Motora, atentando para situações que inviabilizem a comunicação e/ou a movimentação da vítima – nesse caso, em vez e uma pontuação, o paciente será classificado como Não Testável (NT).
Ao chamar o indivíduo, deve-se usar um tom de voz normal ou alto. Em relação ao estímulo físico, caiu em desuso a imposição dolorosa, sendo substituída pela pressão em extremidades digitais, trapézio ou incisura supraorbitária.
Deve-se, ainda, observar o conteúdo do discurso e a simetria de movimentos entre os lados direito e esquerdo do corpo. Toda pontuação considerará a melhor resposta obtida e elas podem ser as seguintes:
Abertura ocular
Olhos abertos previamente à estimulação = Espontânea = 4
Abertura ocular após ordem em tom de voz normal ou em voz alta = Ao Som = 3
Abertura ocular após estimulação da extremidade dos dedos = À pressão = 2
Ausência persistente de abertura ocular, sem fatores de interferência = Ausente = 1
Olhos fechados devido a fator local = Não Testável = NT
Resposta Verbal
Resposta adequada relativamente ao nome, local e data = Orientada = 5
Resposta não-orientada, mas comunicação coerente = Confusa = 4
Palavras isoladas inteligíveis = Palavras = 3
Apenas gemidos = Sons = 2
Ausência de resposta audível, sem fatores de interferência = Ausente = 1
Fator que interfere com a comunicação = Não Testável = NT
Melhor Resposta Motora
Cumprimento de ordens com 2 ações = A Ordens = 6
Elevação da mão acima do nível da clavícula ao estímulo na cabeça ou pescoço = Localizadora = 5
Flexão rápida do membro superior ao nível do cotovelo, padrão predominante não anormal = Flexão Normal = 4
Flexão do membro superior ao nível do cotovelo, padrão predominante claramente anormal: Flexão anormal = 3
Extensão do membro superior ao nível do cotovelo = Extensão = 2
Ausência de movimentos dos membros superiores/inferiores, sem fatores de interferência = Ausência = 1
Fator que limita resposta motora = Não Testável = NT
Após os três testes, avalia-se a reação pupilar com um estímulo luminoso. No caso das ambas as pupilas serem fotorreagentes, mantém-se o somatório anterior; se apenas uma pupila reagir, subtrai-se 1 ponto; caso ambas as pupilas permaneçam irresponsivas, subtrai-se 2 pontos e infere-se que a condição terá pior prognóstico.
Atente que, antes de avaliar a reação pupilar, os valores máximos e mínimos de pontuação serão, respectivamente, 15 e 3. Uma vez que a fotorreagência pode subtrair até 2 pontos, agora, os valores máximos e mínimos possíveis são 15 e 1.
Simplificando:
ECG-P = ECG – (nº de pupilas não reagentes)
Algumas observações importantes sobre a avaliação de Glasgow-P incluem:
Referência:
Glasgow Coma Scale Official Site: <www.glasgowcomascale.org>
Versão em Língua Portuguesa: <https://www.glasgowcomascale.org/downloads/GCS-Assessment-Aid-Portuguese.pdf?_ga=2.56613547.1895722883.1653363826-1222274860.1653363826>