DOR AGUDA

Fisiopatologia da Dor

Enfermeiros devem conhecer detalhadamente a fisiopatologia da dor, suas reverberações biopsicossociais e as intervenções apropriadas, pois são os profissionais de saúde que mais tempo permanecem junto com pacientes enfrentando esse tipo de condição.

A dor é caracterizada de acordo com sua duração, localização e etiologia. A classificação mais clássica é a aguda, crônica e a dor relacionada ao câncer. Hoje, falarei sobre a Dor Aguda e a Assistência de Enfermagem específica voltada para essa situação.

Dor Aguda

Para fins de classificação, Dor Aguda é aquela que dura de alguns segundos até 6 meses. Normalmente de início súbito e consequente a uma lesão específica, trata-se de uma indicação orgânica de lesão. 

No entanto, de acordo com Brunner, o limite de meio ano seria controverso, pois a maioria das lesões agudas resolvem-se em poucas semanas e, por isso, numa condição cujo prognóstico é a cura, mas em que a dor persiste por mais de 3 semanas deveria ser considerada Dor Crônica (pg 440).

Sua relevância principal diz respeito à chamada de atenção do indivíduo para a existência de uma agressão e ensinamento para evitar situações de risco que possam reverberar em outras lesões (= dor). 

Na ausência de agressões de repetição local e/ou doenças sistêmicas com potencial lesivo, a dor aguda tende a diminuir progressivamente e evoluir de forma espontânea para a cura.

Efeitos Orgânicos e Complicações Potenciais da Dor Aguda

A resposta neuroendócrina ao estresse doloroso tem efeitos negativos significativos em todo organismo e, por isso, a dor aguda precisa de intervenção imediata. Ela pode afetar os sistemas pulmonar, cardiovascular, gastrointestinal, endócrino e imune. Isso pode ser especialmente deletério para pacientes com comprometimentos prévios ou menor reserva de resposta aos estressores como idade avançada e labilidade emocional, por exemplo.

A primeira resposta ao estímulo doloroso é o aumento da demanda metabólica e do débito cardíaco, além da ativação das adrenais para aumento da produção do hormônio cortisol, que reverberará em alterações importantes na síntese e degradação de tecido gorduroso e muscular, respectivamente; propiciará a retenção de líquidos, afetando a pressão arterial, o débito urinário e a atividade cardíaca. 

Além disso, pacientes com dor tendem a evitar respirar profundamente, tossir e optarem pela imobilidade em busca de alívio. Todas essas respostas contribuem para a ocorrência de Infarto Agudo do Miocárdio, Trombose Venosa Profunda, Embolia Pulmonar, Infecções Respiratórias, Íleo Paralítico, entre diversas outras complicações de saúde.

Tratamento

O tratamento pode ser farmacológico ou não farmacológico e a meta geral é a redução da dor a um nível tolerável até seu alívio completo. O tratamento farmacológico típico inclui analgésicos, anti-inflamatórios não esteroidais e anestésicos locais. 

Já as intervenções não farmacológicas, embora muito úteis, são frequentemente negligenciadas na assistência cotidiana. Algumas estratégias incluem:

Massagens: o estímulo de fibras sensórias diminui e até mesmo bloqueia a transmissão de impulsos dolorosos;

Terapias térmicas frias: são indicadas imediatamente após a injúria e tem imenso potencial para reduzir a resposta inflamatória, não devendo, no entanto, serem aplicadas por períodos superiores a 20 minutos;

Distração: o fato de concentrar a atenção em algo diferente da dor ajuda os pacientes a relaxarem e diminuir a própria percepção de dor;

Técnicas de Relaxamento: respiração abdominal, por exemplo;

Imageação Orientada: utiliza a imaginação da pessoa com o objetivo específico de promover alívio da dor;

Estimulação Nervosa Elétrica Transcutânea: produz sensação de formigamento ou vibração no local e gera alívio da dor;

Terapias alternativas, acupuntura, hipnose, musicoterapia.

Processo de Enfermagem voltado ao paciente acometido por Dor Aguda

Histórico de Enfermagem:

É por meio da anamnese e exame físico que o enfermeiro coleta os dados necessários para o início da determinação da classificação da Dor Aguda e do raciocínio crítico acerca de suas repercussões no organismo e possibilidades de enfrentamento.

São esperados sinais e sintomas como fácies álgica, defesa da região dolorosa, encolhimento postural, respostas breves, ansiedade, choro e queixas específicas, além de evidências da lesão, que podem aparecer ou não.

Diagnósticos de Enfermagem:

Dor Aguda relacionada à lesão tissular, evidenciada por relato verbal.

Planejamento e Metas de Enfermagem:

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FONTE: Brunner & Suddarth

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