ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AOS PACIENTE COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

Trata-se da incapacidade do coração de bombear o sangue para adequado suprimento de nutrientes e oxigênio. Pode ocorrer congestão sistêmica e/ou pulmonar. Do ponto de vista funcional, existem dois tipos de insuficiência cardíaca (IC): IC sistólica, que é o déficit de contração acompanhado da redução da fração de ejeção (<40%) e IC diastólica, que é o déficit de relaxamento com fração de ejeção normal. 

A IC pode ter como causas:

  • Doenças cardíacas anteriores (DAC, IAM, miocardiopatia, hipertensão, doenças valvulares);
  • Acidose metabólica ou respiratória: diminuição da contratilidade;
  • Doença muscular inflamatória ou degenerativa;
  • Outras: hipermetabolismo (febre, tireotoxicose), hipóxia e anemia.
DiagramaDescrição gerada automaticamente

FONTE: Brunner & Suddarth

Manifestações Clínicas

Gerais:

  • Fadiga e cansaço;
  • Edema dependente e ganho de peso.

Cardiovasculares

Terceira bulha (B3);

  • Aumento do impulso apical;
  • Palidez e cianose;
  • Distenção de jugular.

Respiratórios

  • Dispneia;
  • Estertores que não se alteram ao tossir;
  • Dispneia paroxística noturna (DPN) ou ortopneia;
  • Tosse.

Vasculares Cerebrais

  • Confusão mental e tonturas.

Renais

  • Oligúria;
  • Diminuição do débito urinário durante o dia e aumento durante a noite (nictúria)

Gastrintestinais

  • Anorexia e náuseas;
  • Hepatomegalia e refluxo hepatojugular;
  • Ascite.

Tratamento

Principais medicamentos:

  • IECA (captopril, enalapril) – inibe a formação de angiotensina II, gerando vasodilatação e redução da pós-carga e diminuindo a liberação de aldosterona aumentando a diurese e reduzindo a pré-carga. Atentar para hipotensão, hiponatremia, hipercalemia e tosse persistente.
  • Bloqueador do receptor de angiotensina II (candesartan, losartan) – reduz a pós-carga e o trabalho cardíaco. Efeitos colaterais similares aos IECA.
  • Beta-bloqueador (propranolol, atenolol, metoprolol) – reduzem a FC e o trabalho cardíaco. O enfermeiro deve atentar para tonteira, hipotensão, bradicardia e broncoespasmo (uso restrito em DPOC).
  • Diuréticos (furosemida, aldactone, hidroclorotiazida) – aumentam o débito urinário, reduzindo a pré-carga. Cuidados: atentar para desequilíbrio eletrolítico (hiponatremia e hipocalemia, e hipercalemia no caso do aldactone), hipotensão severa e ototoxidade.
  • Bloqueadores do Canal de Cálcio (nifedipina, diltiazem, amlodipina) – provocam vasodilatação reduzindo a pós-carga. Estão contraindicados nos pacientes com disfunção sistólica.
  • Digitálicos ou Cardiotônicos (digoxina) – aumentam a contratilidade e lentificam a condução AV. Atentar para sinais de intoxicação digitálica: anorexia, náuseas, vômitos, fadiga, depressão, mal-estar, bradicardia, taquicardia atrial, bigeminismo, BAV, visão turva.

ATENÇÃO! A terapia digitálica requer alguns cuidados especiais: Pacientes em uso de ATB orais, quinidina, amiodarona, bloqueadores do canal de cálcio, com hipocalemia ou função renal prejudicada tem risco maior de desenvolver intoxicação digitálica. Nos casos de intoxicação deve ser administrado o FAB imune antidigoxina (Digibind) e nos casos de bradicardia grave a atropina é uma droga de escolha.

Processo de Enfermagem voltado ao paciente acometido por Insuficiência Cardíaca

Diagnósticos de Enfermagem possíveis:

Débito Cardíaco diminuído relacionado à falência da bomba ventricular.

Risco de comprometimento da troca gasosa relacionada com a insuficiência cardíaca.

Risco de perfusão ineficaz do tecido periférico relacionada com o débito cardíaco diminuído.

Metas da Assistência de Enfermagem relacionadas:

Ausência de angústia respiratória.

Obtenção e manutenção de perfusão tissular adequada.

Os cuidados de enfermagem para pacientes com Insuficiência Cardíaca incluem: 

  • Avaliar sinais de desconforto respiratório como estertores em bases, tosse, expectoração espumosa e rósea, intolerância a atividades e dessaturação, por exemplo.
  • Avaliar estado hemodinâmico por meio de sinais e sintomas como hipotensão, taquicardia, redução do débito urinário para menos que 30ml/h, sudorese fria e pegajosa, aumento do tempo de enchimento capilar periférico.
  • Avaliar o estado hídrico por meio da pesagem diária, estabelecimento de balanço hídrico e avaliação de sinais como distensão de jugular, ausculta pulmonar, turgor cutâneo e edemas;
  • Limitar a ingesta hídrica e de sódio;
  • Explicar para o paciente, familiares e cuidadores sobre a importância da restrição de líquidos e sódio;
  • Ajudar o paciente a lidar com o desconforto relacionado à sede;
  • Incentivar paciente a alternar atividades e repouso para evitar quadros de fadiga e intolerância à atividade.

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