Fisiopatologia
Quando esse volume aumenta e altera-se o tipo de líquido, têm-se o Derrame Pleural. Essa condição clínica pode decorrer de várias etiologias infecciosas (pneumonia, pleurite, tuberculose) ou não-infecciosas (ICC, TEP, carcionoma broncogênico, cirrose hepática, hipoalbuminemia, síndrome nefrótica, desnutrição, entre outras). Raríssimas vezes acontece por conta de um processo patológico primário.
FONTE: Brunner & Suddarth
Um derrame de líquido transparente pode ser um transudato ou exsudato. Ocorre transudato (filtrado de plasma que se desloca através das paredes capilares intactas) quando os fatores que influenciam a formação e a reabsorção de líquido pleural estão alterados, habitualmente por desequilíbrios na pressão hidrostática ou oncótica.
As manifestações clínicas incluem febre, calafrios, dor torácica (secundário à pneumonia), dispneia, dificuldade de deitar-se em posição horizontal e para tossir (secundário à malignidade). A gravidade dos sintomas varia de acordo com o tamanho do derrame, velocidade de formação e patologia subjacente.
Ao exame clínico, ocorre a diminuição dos frêmitos toracovocais, percussão maciça ou submaciça e sons pulmonares diminuídos ou ausentes à ausculta pulmonar. Em casos de derrames maiores, pode-se observar desvio de traqueia para o lado oposto ao extravasamento.
O Raio-X é o exame mais solicitado para a avaliação de pacientes com esse distúrbio. As incidências frontais e em perfil são tipicamente solicitados, mas é a posição de decúbito lateral com raios horizontais (o chamado RX de Laurell) a mais indicada para detectar derrames de volumes menores (cerca de 50 ml).
Na imagem observa-se uma opacidade homogênea com ausência de broncograma aéreo. O líquido acumulado na pleura tende a preencher os seios costofrênicos gerando um apagamento da hemicúpula do lado afetado. No caso da posição de Laurell, ocorre a deposição do líquido, tornando visível uma linha hidroaérea no lado acometido.
O tratamento consiste em resolver a causa de base, em todos os casos. Além disso, a toracocentese é útil para aliviar os sintomas e para obtenção de amostra para análise laboratorial e determinação do agente etiológico, quando é o caso.
A toracocentese pode ser realizada sob orientação ultrassonográfica, reduzindo as taxas de complicações como pneumotórax por punção do parênquima pulmonar e lesão diafragmática. Além disso, o paciente deve ser posicionado sentado, com o tórax inclinado para frente e os braços apoiados sobre uma superfície firme, para que a punção ocorra entre o 4º e o 6º espaço intercostal.
Processo de Enfermagem voltado ao paciente acometido por Derrame Pleural
Histórico de Enfermagem:
A coleta de dados do paciente pelo enfermeiro constitui uma das partes mais importantes no cuidado desses pacientes. É por meio dele que se estabelece o estado atual para que qualquer desvio nas condições dele possa ser prontamente identificada e, assim, se atenda suas necessidades de saúde.
Para isso, o enfermeiro coleta a história de saúde, os sinais e sintomas típicos do derrame pleural e suas complicações. O enfermeiro também deve avaliar a postura, nível de consciência e de orientação.
Diagnósticos de Enfermagem possíveis:
Troca Gasosa Prejudicada.
Troca Gasosa Prejudicada relacionada a desequilíbrio da relação ventilação-perfusão.
Ansiedade relacionada ao comprometimento das trocas gasosas.
Os cuidados de enfermagem relacionados à toracocentese incluem:
- explicar o procedimento para o paciente;
- ofertar conforto e apoio;
- registrar a quantidade de líquido drenado e suas características;
- se for usado dreno torácico em selo d’água, deve-se monitorar o funcionamento do dispositivo e;
- cuidar do curativo local;
- os demais cuidados serão relacionados às causas adjacentes ao derrame.