ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM COAGULAÇÃO INTRAVASCULAR DISSEMINADA (CIVD)

Definições importantes

A Coagulação Intravascular Disseminada (CIVD) não é uma doença, mas um sinal de disfunção subjacente que pode ser deflagrada em caso de sepse, trauma, câncer, choque, descolamento de placenta, toxinas ou reações imunes. Apesar de ser de gravidade variável, a CIVD comporta risco de vida potencial.

Fisiopatologia

Os mecanismos hemostáticos estão alterados na CIVD: a intensa resposta inflamatória gerada pela patologia de base dá início à coagulação dentro dos vasos. As vias anticoagulantes ficam comprometidas, assim como o sistema fibrinolítico fica suprimido, o que reverbera na formação de quantidades maciças de microcoágulos. Os fatores de coagulação, inicialmente normais, são consumidos, o que leva à falha paradoxal da coagulação, resultando em múltiplos sangramentos.

Clínica

As manifestações clínicas iniciais são o comprometimento/ falência de múltiplos órgãos, resultante da disfunção causada pelos milhares de trombos, seguidos ou não de sangramentos. A consequência de toda essa disfunção varia desde tromboses isquêmicas a francas hemorragias.

Podem ser observados sinais como:

  • Sangramento de pele (petéquias) e mucosas, locais de cateterismo e punções, tratos respiratório, gastrointestinal e geniturinário;
  • Sinais de choque como palidez, taquicardia, sudorese fria, confusão mental, ansiedade, inquietação, oligúria;
  • Dor (causada pela isquemia);
  • Sinais e sintomas da Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (SARA) como taquipneia e sons brônquicos de alta tonalidade;
  • Hematêmese, sinais de sangramento retroperitonial.

Diagnóstico

A CIVD é frequentemente identificada pela queda da contagem de plaquetas, prolongamento do Tempo de Protrombina (PTT) e do Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada (TTPa).

Tratamento

A ênfase terapêutica é dada para o tratamento da causa e para os efeitos secundários da CIVD:

  • Ofertar oxigênio;
  • Repor volume;
  • Corrigir desequilíbrios hidroeletrolíticos;
  • Administrar hemocomponentes e vasopressores.

Nos pacientes com predomínio de manifestações isquêmicas e naqueles com formas menos agudas de CIVD, pode ser adotada a estratégia de administração de heparina, mas essa é uma terapia controversa. Cabe ressaltar que a heparina possui como antídoto o Sulfato de Protamina.

Processo de Enfermagem voltado ao paciente acometido por CIVD

Diagnósticos de Enfermagem possíveis:

  • Risco de sangramento relacionado ao déficit de plaquetas e de fatores de coagulação;
  • Risco de integridade tissular prejudicada relacionado a eventos isquêmicos;
  • Perfusão tissular ineficaz relacionada com microtrombos;
  • Ansiedade relacionada a gravidade do estado de saúde e ao risco de morte.

Metas da Assistência de Enfermagem:

  • Controle de hemorragias;
  • Manutenção da integridade tissular;
  • Manutenção da perfusão tissular;
  • Promoção do bem-estar e da confiança terapêutica.

Os cuidados de enfermagem incluem:

  • Monitorar rigorosamente os status neurológico;
  • Instaurar balanço hídrico criterioso;
  • Verificar rigorosamente os sinais vitais;
  • Ofertar oxigênio conforme a saturação;
  • Auscultar o tórax em busca de sons atípicos;
  • Analisar exames laboratoriais em busca de disfunções hematológicas;
  • Evitar procedimentos invasivos sempre que possível;
  • Promover mudança de decúbito e demais cuidados de prevenção para lesões teciduais por pressão;
  • Monitorar lesões de mucosas;
  • Garantir higiene delicada de todas as mucosas;
  • Explicar todos os procedimentos e terapias para o paciente de acordo com seu potencial de compreensão;
  • Estimular a expressão de sentimentos, dúvidas e angústias;
  • Orientar acerca de mecanismos de enfrentamento adequados para o quadro.

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