Ao enfrentar situações de vida novas ou desafiadoras, é normal que as pessoas enfrentes situações de ansiedade, definido como um estado emocional de tensão. No cotidiano da prática clínica, situações como o medo das doenças, dores, perda de função, procedimentos e de situações de desconforto são potencialmente geradoras de ansiedade.
Embora, em níveis controlados, essa sensação seja útil para mobilizar atitudes pessoais e de seu entorno, sendo muitas vezes útil para a efetivação de mudanças desejáveis no estilo de vida, quando a ansiedade ultrapassa determinados graus, pode se tornar incapacitante para os pacientes, que poderão manifestar sinais e sintomas de orgânicos, emocionais e comportamentais variados.
Fisiopatologia
A resposta de um organismo a um evento estressor se trata de um mecanismo adaptativo e protetor que visa a manutenção da homeostase. As manifestações primárias envolvem a ativação de processos neuroendócrinos (eixo encéfalo-medula espinhal-suprarrenal) em três níveis: alarme, resistência e exaustão.
Na fase de alarme, ocorre primordialmente a ativação simpática, por meio da liberação de catecolaminas (epinefrina e noraepinefrina). Em seguida, o sistema corticoadrenal começa a responder ao estímulo do ACTH (hormônio adrenocorticotrófico) à liberação de cortisol, produzindo ações autolimitadas anti-inflamatórias e de modulação imunológica.
O quadro de “Luta ou Fuga” estimula, tipicamente, estados de vigília, agressividade, mobilização energética para a musculatura estriada esquelética e de ativação do aparato cardiovascular. Em contrapartida, funções como crescimento, reprodução, atividade sexual e demais funções viscerais tornam-se inibidas até a solução da causa estressora.
Uma vez que seria impossível sustentar ambos os mecanismos a longo prazo, inicia-se, então, a fase de resistência, na qual apenas o cortisol se mantém elevado. Se o evento estressor se prolonga, passa-se para a fase de exaustão, quando os sistemas circulatório, imune e digestório são afetados são acometidos pela desregulação neuroendócrina.
FONTE: Brunner & Suddarth
Manifestações Clínicas
Os sinais e sintomas típicos de quadros ansiosos incluem:
- Inquietação;
- Boca seca;
- Impulsividade;
- Sudorese;
- Tremores;
- Tensão muscular;
- Desconfortos gastrintestinais;
- Náuseas, vômitos e diarreia;
- Alterações de apetite;
- Hipertensão;
- Palpitação;
- Labilidade emocional;
- Alterações do sono;
- Cefaleia;
- Perda do interesse nas atividades cotidianas;
- Fadiga;
- Irritação cutânea;
- Dores no corpo.
Processo de Enfermagem ao Paciente Ansioso
Diagnósticos de Enfermagem possíveis:
Ansiedade (especificar o grau em leve, moderada ou grave).
Metas da Assistência de Enfermagem relacionadas:
Redução / controle da ansiedade.
Os cuidados de enfermagem para pacientes acometidos por Ansiedade incluem:
- Avaliar o grau de ansiedade;
- Rever a história familiar e potenciais fatores desencadeantes, ajudando o paciente a reconhecê-los e enfrentá-los;
- Identificar a percepção do cliente quanto à ameaça representada pela situação;
- Monitorar as repercussões clínicas, com ênfase na pressão arterial e frequência cardíaca;
- Investigar pensamentos e comportamentos de risco como automedicação, abuso de substâncias ou ideação suicida, por exemplo;
- Ajudar o paciente a reconhecer os sentimentos e a lidar com eles;
- Estimular o paciente a se expressar;
- Promover escuta terapêutica;
- Controlar fatores ambientais estimulantes sempre que possível (iluminação, sons, etc);
- Permanecer junto ao paciente, quando necessário, mantendo uma atitude calma e confiante.