ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE CIRÚRGICO-RENAL

Perioperatório

Cuidados pré-operatórios

Um paciente renal pode ser submetido a cirurgias para remoção de tumores e cálculos, para inserção de sondas de drenagem (nefrostomia e ureterostomia), para remoção de um dos rins (na doença renal unilateral) ou no transplante renal.

Tais abordagens são realizadas após uma acurada avaliação da função renal. A depender do caso, a ingesta hídrica é incentivada com vistas a promover a excreção das escórias renais ainda no pré-operatório e a exceção desse manejo se dá na vigência da disfunção cardiorrenal.

Em casos de infecção, a antibioticoterapia de amplo espectro é a base preventiva de bacteremias e sepse. No entanto, essa deve ser uma medida cautelosa, pois muitos antimicrobianos têm ação nefrotóxica.

A avaliação dos tempos de coagulação (tempo da protrombina, da tromboplastina parcial e contagem plaquetária) são imprescindíveis para pacientes com histórico de hemorragias.

Além disso, a apreensão relacionada ao ato cirúrgico é muito comum nesses pacientes. A atitude do enfermeiro no estímulo à verbalização das angústias e expressões das preocupações é muito importante. Nesse contexto, o estabelecimento de uma relação de confiança e o fornecimento de um cuidados experiente trazem um impacto positivo sobre as condições emocionais tanto do indivíduo, quanto de seus familiares.

Perioperatório

Cuidados intraoperatórios

A cirurgia renal demanda posicionamentos específicos, a depender do sítio abordado: flanco lombar ou toracoabdominal. Durante a cirurgia, a inserção de tubos de nefrostomia ou outro dreno dão conta da drenagem urinária necessária.

DiagramaDescrição gerada automaticamente

FONTE: Brunner & Suddarth

Perioperatório

Cuidados pós-operatórios

Uma vez que o rim é um órgão altamente vascularizado, a hemorragia e consequente choque são as principais complicações esperadas nesse tipo de abordagem. A reposição volêmica e/ou de hemoderivados não são incomuns e o enfermeiro deve prever esse tipo de necessidade.

Também pode ocorrer distensão abdominal e íleo paralítico em consequência a uma paralisia reflexa da peristalse intestinal, em resposta à manipulação visceral. Uma sonda nasogástrica pode aliviar o desconforto distensivo e a ingestão oral deve se dar apenas após a eliminação de flatos após a abordagem cirúrgica.

Sinais de infecção devem ser prontamente identificados e a cultura de amostra sanguínea é desejável para determinação do agente invasor e do antibiótico adequado. Assim, o enfermeiro deve estar atento a tais possibilidades e agir proativamente. Além disso, é esperada para esses pacientes a terapia com heparina em doses baixas para a prevenção de tromboembolismos.

Processo de Enfermagem voltado ao paciente cirúrgico-renal

Diagnósticos de Enfermagem possíveis:

  • Eliminação traqueobrônquica ineficaz relacionada à dor renal/incisional, ao desconforto abdominal e à imobilidade;
  • Dor aguda e desconforto relacionados ao acometimento renal e posicionamento cirúrgico;
  • Eliminação urinária alterada relacionada com disfunção da drenagem;
  • Risco de alteração de volume de líquidos relacionado a hemorragias, administração parenteral/enteral e débito urinário.

Metas da Assistência de Enfermagem:

  • Limpeza da via aérea;
  • Alívio da dor e desconforto;
  • Manutenção da eliminação urinária;
  • Manutenção volêmica adequada.

Os cuidados de enfermagem incluem:

  • Avaliar o nível da dor;
  • Administrar agente analgésico conforme prescrição e necessidade do paciente;
  • Imobilizar a incisão com as mãos para o paciente tossir;
  • Auxiliar o paciente na mudança de posição frequente;
  • Incentivar o uso de espirômetro de incentivo;
  • Estimular a deambulação precoce;
  • Avaliar continuamente o sistema de drenagem urinário quanto à drenagem, aspecto e cor da eliminação e alterações súbitas do débito;
  • Identificar a adequação do débito urinário de acordo com as reposições;
  • Promover irrigação do sistema com solução fisiológica estéril;
  • Instituir balanço hídrico rigoroso;
  • Manter ganhos de líquido controlado por bomba de infusão;
  • Monitorar sinais vitais;
  • Atentar para queixas de dispneia, confusão mental e sinais de choque;
  • Auscultar coração e pulmões do paciente sistematicamente.

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