ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO IDOSO EM RISCO DE QUEDA

Definições importantes:


As quedas são os principais tipos de lesões que acometem os idosos, constituindo até 34% das causas de atendimentos de emergência em homens e 48% de mulheres acima de 60 anos. Esse número é ainda maior quando se avalia aqueles que residem as Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) e as lesões tendem a ser mais graves naqueles idosos com mais de 80 anos, os chamados “idosos muito idosos”.

O tipo de lesão mais comum decorrente da queda em idosos é a fratura de quadril e muitos deles não conseguem alcançar plena recuperação óssea comparada ao estado pré-lesional. As causas das quedas tendem a ser multifatoriais e influenciadas por fatores intrínsecos (orgânicos e individuais) e extrínsecos (socioambientais).

Causas de quedas em idosos e fatores de riscos importantes:

As causas mais comuns relacionadas às quedas de pessoas idosas na comunidade são:

• Relacionadas ao ambiente.

• Fraqueza/distúrbios de equilíbrio e marcha.

• Tontura/vertigem.

• Alteração postural/hipotensão ortostática.

• Lesão no SNC.

• Síncope.

• Redução da visão.

Entre os fatores intrínsecos, pode-se citar:

• idosos com mais de 80 anos;

• sexo feminino;

• imobilidade;

• quedas precedentes;

• equilíbrio diminuído;

• marcha lenta e com passos curtos;

• baixa aptidão física;

• fraqueza muscular de MMII e MMSS (hand grip);

• alterações cognitivas;

• doença de Parkinson;

• polifarmácia;

• uso de sedativos, hipnóticos e ansiolíticos.

Dentre os riscos domésticos para quedas em idosos, destacam-se:

TabelaDescrição gerada automaticamente

FONTE: Caderno de Atenção Básica nº19 – Ministério da Saúde

Enfrentamento:

Estima-se que cerca de 30% dessas quedas poderiam ser evitadas por meio de práticas de prevenção ou pelo tratamento de suas causas (dificuldades de mobilidade, interações medicamentosas, escolha de calçados, manejo de obstáculos ambientais, por exemplo).

A polifarmácia (em idosos, 5 ou mais medicamentos) e o uso de álcool são importantes fatores de risco para quedas pois afetam o padrão de sono, a coordenação motora, podem causar hipotensão postural. Além dos prejuízos físicos, há toda a questão psicológica e de autoestima envolvida, que podem fazer com que o idoso perca a autoconfiança e torne-se um indivíduo dependente e temeroso.


Dentre os riscos domésticos para quedas em idosos, destacam-se:

TabelaDescrição gerada automaticamente

FONTE: Caderno de Atenção Básica nº19 – Ministério da Saúde

Avaliação da Queda:

Instabilidade postural e quedas são importantes marcadores de diminuição de capacidade funcional e fragilidade em pessoas idosas. Por essa razão, a referência da ocorrência de queda sempre deve ser valorizada.

A avaliação da queda visa:

a) Identificar a causa que levou a queda e tratá-la.

b) Reconhecer fatores de risco para prevenir futuros eventos, implementando intervenções adequadas.

A avaliação da queda envolve aspectos biológicos, físico-funcionais, cognitivos e psicossociais. Devem ser levantados dados relacionados:

• Ao contexto e mecanismo das quedas.

• Às condições clínicas da pessoa idosa, considerando as doenças crônicas e agudas presentes.

• A medicação em uso (prescritas ou automedicadas).

O quadro abaixo faz uma síntese dos dados clínicos e diagnósticos prováveis mais comumente associados a quedas:

TabelaDescrição gerada automaticamente

FONTE: Caderno de Atenção Básica nº19 – Ministério da Saúde

Processo de Enfermagem voltado ao idoso acometido por queda

Histórico de Enfermagem:

A coleta de dados do paciente pelo enfermeiro constitui uma das partes mais importantes no cuidado desses pacientes. É por meio dele que se estabelece o estado atual para que qualquer desvio nas condições dele possa ser prontamente identificada e, assim, se atenda suas necessidades de saúde.

Para isso, o enfermeiro coleta a história de saúde, os sinais e sintomas típicos de alterações neuro cognitivas, com especial atenção e registro de fatores como sensação pré-queda, duração e intensidade, além de resposta à queda (houve defesa ou não), orientação espacial, temporal e interpessoal.

Uma vez que as principais complicações das quedas são lesões de partes moles, restrição prolongada ao leito, hospitalização, institucionalização, risco de doenças iatrogênicas, fraturas, hematoma subdural, incapacidade e morte, o enfermeiro também deve avaliar a capacidade do paciente movimenta-se voluntariamente, seu tônus muscular, postura, equilíbrio e marcha (quando possíveis).

O exame físico compreende os sinais de neurológicos (ansiedade, desorientação), rigidez/flacidez muscular, abertura ocular, capacidade de falar e entender o que ouve, reação pupilar, coloração e umidade da pele, avaliação do aparelho cardiovascular (sinais vitais) e renal (diminuição do débito urinário)

Exemplo de Diagnóstico de Enfermagem possível:

Risco de quedas relacionado à mobilidade física prejudicada/diminuição da extremidade inferior força/incontinência/confusão/disfunção cognitiva/ambiente desorganizado.

Exemplo de Planejamento de Enfermagem (Resultados Esperados e Intervenções):

Resultado Esperado: Ambiente Domiciliar Seguro (Definição: Planejamento físico para minimizar fatores ambientais capazes de causar danos físicos no domicílio).

Intervenções (Medidas práticas para minimizar as quedas e suas conseqüências entre as pessoas idosas):

a) Educação para o autocuidado.

b) Utilização de dispositivos de auxilio à marcha (quando necessário) como bengalas, andadores e cadeiras de rodas.

c) Utilização criteriosa de medicamentos evitando-se, em especial, as que podem causar hipotensão postural.

d) Adaptação do meio ambiente (residência e locais públicos):

• Acomodação de gêneros alimentícios e de outros objetos de uso cotidiano em locais de fácil acesso, evitando-se a necessidade de uso de escadas e banquinhos.

• Orientação para a reorganização do ambiente interno à residência, com o consentimento da pessoa idosa e da família.

• Sugerir a colocação de um diferenciador de degraus nas escadas bem como iluminação adequada da mesma, corrimãos bilaterais para apoio e retirada de tapetes no inicio e fim da escada.

• Colocação de pisos anti-derrapantes e barras de apoio nos banheiros, evitar o uso de banheiras, orientar o banho sentado quando da instabilidade postural e orientar a não trancar o banheiro.

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